#JovensTransformadores: "Globalizando" oferece aulas gratuitas de idiomas com foco nos Objetivos do Desenvolvimento Sustentável

Iniciativa de Carolina Barbosa Lindquist inova no ensino de idiomas ao promover conexão entre mentores e mentorandos com base em temas atuais de interesse dos jovens.
Carolina Barbosa Lindquist
Fonte: Arquivo Pessoal

Carolina co-fundou e co-lidera o projeto Globalizando, uma proposta inovadora para o ensino de idiomas baseada na conexão entre mentores e mentorados e na contextualização dos idiomas a partir de temas que problematizam questões socioambientais globais. 

Utilizamos o método Content and Language Integrated Learning (CLIL), uma metodologia que combina a aprendizagem de um idioma a um conteúdo - potencializando o domínio de ambos. "Em um semestre, que é o tempo do ciclo em que o jovem permanece no projeto, criam-se as bases para que ele siga autonomamente seu aprendizado do idioma", conta Carolina.

O @projetoglobalizando opera em rede. Tem uma coordenação, composta pelos três fundadores. A eles se somam 30 voluntários, que formam células com um mentor a cada três mentorandos. O projeto também costuma ter uma turma presencial, que se encontra no Centro de Referência em Assistência Social (CRAS) da cidade, mas as aulas foram suspensas durante a pandemia. O projeto é muito dinâmico e vem sabendo se remodelar, tendo experimentado um salto no nível de interesse na última chamada de inscrições, com o recebimento de mais de 280 candidatos a mentores voluntários e 900 mentorados (estudantes). O processo de inscrição foi amplamente divulgado na mídia, como a reportagem no SPTV. "Trabalhamos com pessoas que querem ensinar, aprender e criar pontes", descreve Carolina.

A diversidade da equipe é um diferencial, dado que a oferta dos idiomas se garante com mentores de várias origens que interagem com jovens do Brasil e outros países latinoamericanos. As interações entre os mentores (que têm de 16 a 22 anos, em geral) possibilita a troca de experiência e o aprimoramento do trabalho. Mestrandos em Educação também oferecem assessoria pedagógica voluntária ao grupo. "Os co-fundadores e os mentores do projeto não são educadores, então não temos conhecimento profundo em pedagogia", explica Carolina. "Mas, sabemos que em vez de aprender decorando o passado perfeito em Inglês, por exemplo, podemos aplicar o o passado perfeito discutindo a razão que levou refugiados a deixarem seu país."

Carolina acredita que a aprendizagem efetiva de uma língua não acontece de forma robótica. "Queremos que os mentorandos se formem com uma linguagem global. Logo, elegemos cada ODS como principal tema de nossas conversas, pois falamos inevitavelmente dos grandes desafios de nossa época. Isso afeta o modo como aprendemos outra língua. E, os mentorados frequentemente concluem o curso e começam outros projetos sociais ou ambientais. Acabam tendo a noção de que precisam participar de alguma forma das soluções. Os ODS oportunizam um debate defasado na educação escolar, portanto funcionam como efetivos roteiros."

Aos 17 anos de idade, Carolina cursa o Ensino Médio no Centro Universitário Adventista Engenheiro Coelho, no interior do estado de São Paulo.