#JovensTransformadores: Ensino de robótica, para além da Matemática e da Física, é trabalho criativo e em equipe

Luiza Gonçalves Soares criou o "Reprogramando" para oferecer aulas de robótica em escola pública e ampliar acesso a oportunidades para jovens de Itajubá (MG).
Luiza Gonçalves
Fonte: Arquivo Pessoal

Apaixonada por Física, Matemática e Ciências desde criança, Luiza encontrou na Robótica a oportunidade para todos os seus talentos. Ingressou no clube de robótica de sua escola e chegou a participar de torneios e feiras de ciências apresentando os robôs desenvolvidos em equipe.

Em uma dessas feiras, percebeu o encantamento de um grupo de jovens de uma escola pública próxima à dela. Entendendo que a realidade daqueles jovens não lhes possibilitava o contato com a robótica, e desejando que todos tivessem as mesmas  oportunidades, Luiza engajou três amigos para criar o projeto Reprogramando, que oferece aulas de robótica para turmas da escola Estadual Coronel Carneiro Junior.
 
Ela vê o ensino de robótica como um condutor de aprendizagem que vai muito além da Matemática e da Física aplicadas. "Na robótica, é muito difícil criar algo sozinho. Os conhecimentos estão distribuídos em várias pessoas. Então é preciso bastante diálogo; escutar diversas opiniões; trabalhar junto para solucionar os problemas", diz Luiza.

O projeto possui turmas estruturadas, com sequência definida de aulas e temas. A metodologia utilizada baseia-se em mostrar como a robótica está presente no dia-a-dia, bem como no ensino da lógica de programação e das linguagens exigidas por determinadas tecnologias.

Luiza conseguiu engajar o diretor de sua escola a doar um kit de robótica, mas, mesmo com esse recurso, a equipe do Reprogramando procura desenvolver metodologias de baixo custo, para mostrar que é possível ensinar robótica de forma acessível.

Mais de 80 estudantes já foram impactados pelo projeto nos últimos dois anos. Durante a pandemia, a equipe do projeto está desenvolvendo uma apostila com exercícios para que os alunos continuem as práticas enquanto as aulas presenciais não retornam.

Um dos resultados do projeto é o crescente interesse por ciências e tecnologias dentre as meninas. Luiza enfatiza que "o propósito do Reprogramando é abrir novas portas. Gênero é uma questão importante em nosso projeto. Muitas vezes as meninas entendem os robôs e as tecnologias embarcadas neles como restritas a meninos. Nós podemos mudar isso."
 
Aos 19 anos, Luiza faz o pré-vestibular no Curso G9 e prestou o ENEM. Pretende estudar Mecânica ou Ciência da Computação.