#JovensTransformadores: "Casinha de Livros" divulga autores mirins e estimula o hábito da leitura em todas as idades

Apaixonada por literatura, Clara Beatriz começou o projeto em praças públicas de Irecê, região da Chapada Diamantina (BA), e já estimula a chegada das casinhas de livros em outras cidades.
Clara Beatriz
Fonte: Ashoka

Indignada com a realidade de muitas crianças - que não possuem recursos para comprar livros -, aos 10 anos, Clara Beatriz criou o projeto Casinha de Livros, que disponibiliza livros em praças públicas, divulga autores mirins e estimula o hábito da leitura.

A primeira Casinha foi inspirada por uma mini biblioteca comunitária que conheceu em uma viagem a Salvador. O protótipo foi construído em madeira por seu pai. É um pouco maior do que uma caixa de correio e foi instalado em frente à sua casa, para que pudesse observar o comportamento dos moradores. Clara conta que demorou quase um ano para convencer seus pais de que o projeto era uma boa ideia. "De início não gostaram muito. Achavam que as casinhas poderiam ser vandalizadas. Daí começamos o projeto na praça ao lado de casa", conta Clara. Assim teria mais oportunidade de fazer a manutenção da casinha.

Com o sucesso da experiência inicial, o projeto se desenvolveu para estimular comunidades a criar suas próprias Casinhas de Livros. Desde o início, Clara engajou pessoas com diferentes habilidades no projeto. Primeiro, seu pai, que é responsável pela construção das Casinhas e por acompanhá-la nas entrevistas à rádio local; depois, os familiares que fizeram as primeiras doações de livros e organizaram bazares de arrecadação de recursos; a partir daí, integraram-se as várias comunidades que se responsabilizam por Casinhas em praças, além dos influenciadores digitais que mobilizam doações.

O projeto já se expandiu para nove Casinhas, sete na cidade de Clara e duas em Belém do Pará. Em Irecê, uma instituição beneficente levou a Casinha para a praça central da cidade; a escola de Clara criou outra; a Secretaria da Juventude, outra; a comunidade quilombola também criou uma, e assim vai se expandindo. No Estado do Pará, uma Casinha foi criada pela Miss Marajó e a outra por um restaurante.

Mais de 4 mil livros já circularam pelas Casinhas. No Instagram, o @projetocasinhadelivros tem quase 5 mil seguidores. Além dos influenciadores digitais, o projeto tem também o apoio do Lyons Club para a doação dos livros.

Clara dá palestras de incentivo à leitura, reconhecendo-a como ferramenta para ampliar a imaginação. Ela percebe que a estratégia da Casinha empodera as crianças que se envolvem com sua criação e manutenção. Clara monitora o perfil e a preferência dos leitores de cada Casinha e assim customiza a oferta dos livros em cada praça. Em todas as localidades e com diferentes linguagens, busca disponibilizar literaturas que discutam como podemos fazer a diferença no mundo.

Aos 12 anos, Clara Beatriz cursa o Ensino Fundamental no Colégio Edimaster.