Como aumentar a participação Civil

O IDIS está publicando uma série de arquivos sobre como é possível aumentar a participação civil, baseado nos dados da tese de mestrado de Rubens Sanghikian.
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O IDIS (Instituto para o Desenvolvimento do Investimento Social) está publicando uma série de artigos baseada na tese de mestrado de Economia de Rubens Sanghikian, aluno do Insper. Em sua dissertação, Rubens busca compreender melhor como é possível aumentar a participação cívica.

 

Um dos artigos discute quais são as características de um país que tem alta participação cívica, e como se pode transferir essas características para aqueles com níveis baixos de participação. Em sua análise, Rubens usou dados da World Giving Index, publicada desde 2010 pela CAF - Charities Aid Foundation (no Brasil, publicada pelo IDIS como “Ranking de Solidariedade”). Essa pesquisa faz três perguntas aos cidadãos de 140 países: “você doou dinheiro no último mês? Você ajudou um desconhecido no último mês? Você realizou trabalho voluntário no último mês?”, e os resultados apresentados estão fundamentados nessas respostas.

 

Em sua pesquisa, Rubens conseguiu identificar os principais fatores que afetam a participação da população, e embora suas conclusões sejam apoiadas em uma média de vários países, se aplicam bem à sociedade brasileira.

 

PIB per capita: quanto maior o PIB per capita de um país, maiores são as chances de a população realizar doações em dinheiro. Contudo, esse fator não se aplica ao trabalho voluntário ou ajuda a desconhecidos.

 

No mundo, o aumento de 10% no PIB per capita representa um aumento de 0,67% de doações em média. E no Brasil, a Pesquisa Doação Brasil (realizada pelo IDIS) aponta que quanto maior a renda, mais vezes uma pessoa realiza doação. No entanto, esse fator se inverte quando a renda passa a ser mais que 15 salários mínimos, e o número de doações sofre uma queda.

 

Índice de percepção de corrupção: o aumento da transparência aumenta o engajamento nas três categorias analisadas. Para 1 ponto de melhora no indicador de percepção de corrupção, aumenta a participação em 0,38% em doações de dinheiros, 0,12% em trabalho voluntário e 0,24% em ajuda a desconhecidos. Ao mesmo tempo, o aumento da desconfiança causa uma redução na participação cívica.

 

Desigualdade Social: quanto menor for a desigualdade social, maior é a prática de doação financeira. O autor entende que isso está atrelado ao aumento da distância social e da dificuldade de empatia entre os grupos. Além do fato de que quanto mais pessoas de baixa renda um país tiver, menos pessoas estarão aptas a fazer uma doação.

 

Anos de Educação: o nível educação interfere na possibilidade de uma pessoa fazer trabalho voluntário. Quanto maior o nível de educação, mais chances de a pessoa se voluntariar. Isso acontece porque a educação aumenta o entendimento sobre os problemas sociais, e 1 anos a mais de educação pode representar 2,2% a mais de trabalho voluntário.

 

População com mais de 65 anos: o crescimento do grupo de idosos provoca a queda do engajamento cívico nas três categorias analisadas. O autor acredita que uma série de fatores tem responsabilidade nisso, como saúde, custos, acesso a informação, barreiras culturais e geracionais, transporte, entre outros.

 

Rubens conclui seu artigo falando sobre a importância do seu estudo para ajudar no direcionamento de políticas públicas e a fortalecer a cultura de doação nos países. Com o conhecimento dos fatores positivos e negativos, é possível focar na solução dos problemas de maneira mais assertiva.

 

Para ler o primeiro artigo baseado na dissertação de mestrado de Rubens Sanghikian acesse https://www.idis.org.br/como-podemos-aumentar-a-participacao-civica/.

 

Fonte: https://www.idis.org.br/como-podemos-aumentar-a-participacao-civica-2/?utm_source=invista211&utm_medium=nota4&utm_content=invista211nota4